Até que foi fácil... |
Bem, como eu ACREDITO ter o mínimo necessário para me tornar advogado (no tocante ao conhecimento jurídico), eu nem cogitava a hipótese do STF declarar inconstitucional o Exame de Ordem. Convenhamos: As argumentações do RE eram fracas, pouco técnicas e, porque não dizer, desesperadas...
Foi muito fácil, para a AGU, simplesmente ler a letra da lei e separar as funções do MEC, da OAB e da UNIÃO. Foi muito fácil para o Presidente Ophir Cavalcante nem perder tempo com debate técnico, mas sim exortar e exaltar a importância do Exame de Ordem para a sociedade. Foi ainda mais fácil para o PGR desconstituir o parecer do órgão anterior (favorável ao recurso) e pugnar pelo desprovimento recursal.
Agora, convenhamos. A VOTAÇÃO DOS MINISTROS FOI ESMAGADORA. Limpa, técnica, inovadora... esclarecedora e, principalmente, mostrou que o STF é sim favorável à manutenção do atual quadro de advogados.
Não posso ser hipócrita, é claro. Eu torcia para que o Exame fosse declarado inconstitucional. Não pela argumentação ridícula do livre exercício profissional, nem pela isonomia. Mas pela regulamentação exclusiva da OAB pelos provimentos. Isso dá aso para a OAB colocar o que lhe vier à mente nos exames. Conhecimentos gerais, matemática, palavras cruzadas, anedotas, jogo dos 7 erros. O limite é desenfreado e, agora, LIBERADO.
EXAME DA OAB = CONCURSO PÚBLICO. Útil para a sociedade, previne o perigo de dano. Simples assim.
Eu, que não sou bobo, não contava com isso e estava estudando. Ainda estou. O que não posso admitir é um sem número de bacharéis deixando de se preparar por confiar que o STF (o poderoso) viesse a abolir o exame político da OAB.
DOIS PESOS, DUAS MEDIDAS.
Para a união homoafetiva, a CRFB/88 foi desrespeitada (e nem venham me criticar. Não sou contra a união homoafetiva, mas os princípios constitucionais foram burlados sim. E isso foi BOM), em prol da dignidade da pessoa humana e do direito à felicidade. Para os bacharéis em direito, a dignidade da pessoa humana e o direito à felicidade não importam, pois o interesse coletivo é mais importante.
Me pergunto: será que a classe homoafetiva é maior e mais forte (influentemente falando) do que a classe dos bacharéis? Ou será que o público lá fora (no julgamento da União homoafetiva) era maior e mais perigoso do que os bacharéis que infartaram, manifestaram e choraram do lado de fora desse julgamento? (Sim, claro que sim).
E viva o Voto Twitter do Min. Toffoli: Voto em 140 caracteres.
Mas dá aquela sensação estranha de derrota, embora eu não quisesse vencer. É como se eu trouxesse a causa de terceiros para mim. Este sentimento é implícito dos advogados, e é algo que lutarei até o fim para ser: Lutar e brigar pelos direitos do cliente, tendo ele razão ou não.
Portanto, para não desmerecer a classe, uma musiquinha pro Dr. Ophir:
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