Estou em plena época de estudos para a prova da OAB (V Exame de Ordem). A prova objetiva será neste dia 30/10/2011.
Neste pequeno tempo que encontrei entre os estudos e meus pensamentos vagos, consegui extrair de meus sentimentos um saudosismo, de uma época que não vivi. Uma espécie de nostalgia imprópria, bem adequada ao meu caso.
Ora, o lema de JK era o progresso, através de cumprimento de metas. Com o Brasil atrasado em 50 anos, queria o cumprimento de seu plano de metas em 5 anos. O famoso "50 anos em 5".
Pois que hoje me sinto JK. Com a precariedade do ensino jurídico no Brasil, remontando a própria época de governo de JK até os dias de hoje, meus 5 anos de faculdade realmente são insuficientes. Esclarecendo: Insuficientes para passar na prova da OAB. Apenas isso. Atuo no ramo jurídico há bastante tempo, sem problemas. Sempre tive Legislação atualizada, boas doutrinas e manuais,à minha disposição. Não é a faculdade que faz o profissional jurídico, mas sim o próprio profissional é quem se faz.
Mas esse é um assunto complicado demais, para uma coisa axiomaticamente simples. Para o bacharel em direito se tornar advogado, além da graduação em bacharelado em direito, deve submeter-se ao temido Exame de Ordem "da OAB". Acabou, não há o que reclamar.
Para isso, os 5 anos de faculdade não servem. Aprender sobre Durkhein, Teoria Geral do Direito, Processo na prática em escritório modelo, teorias, nada disso serve. Você deve vencer a OAB pela DE-CO-RE-BA.
Não sou contra o "tal" exame, e nem poderia ser. Realmente, como já postei anteriormente (Vejam: E a prova da OAB? Deveria ser aplicada aos advogados que não a realizaram? PARTE I) há advogados já em exercício que trazem ira aos Bacharéis, pois não possuem o conhecimento técnico necessário para atuar. Imaginem quantos bacharéis, que não passam no exame, também não possuem esse conhecimento?
Mas existe quem TENHA o conhecimento e a prática jurídica necessária mas, mesmo assim, não venha a lograr êxito em vencer o "GIGANTE" que é a OAB. Aqui, também há um sentimento impróprio da história antiga sobre Davi e Golias. A história é bíblica, mas a analogia é válida.
Preciso vencer o GOLIAS com uma pedrada só. Esta é a última pedra que tenho, pois meu estilingue está resistindo há 5 Exames. Não tenho mais tempo, dinheiro e nem condições psicológicas para mais batalhas. É AGORA OU NUNCA.
Portanto, meu plano de metas é colocar tudo o que não aprendi em 5 anos na faculdade, na minha cabeça. Agora, em menos de 17 dias. E o pior, é que esta "decoreba" nem de longe servirá para minha carreira jurídica. Por exemplo, qual a relevância para um advogado da área trabalhista o conhecimento sobre A ATUAÇÃO LEGISLATIVA DO PRESIDENTE DA REPÚBLICA, CONCURSO DE CRIMES e EFEITOS DO TRANSITO EM JULGADO DE UMA AÇÃO POPULAR?
Advogado trabalhista tem que conhecer bem a CLT, as Súmulas e Orientações Jurisprudenciais do TST e entendimento do STF. Só, e acabou. Todo conhecimento além disso é para satisfação do ego, para discussão em fóruns, palestras, ou mesmo para ocupar um espaço vazio na mente.
Mas, para a OAB, o bom advogado é o que pega um vademecum e o insere por osmose na cabeça. Por exemplo, o meu possui 1691 folhas. Ninguém conseguiria decorar isso, nem mesmo em 5 anos de faculdade.
Bem, se é este o joguinho que eu tenho que travar para obter a inscrição como Advogado, é irresistível e tenho que tentar. Por mim, por minha família. Pelos bacharéis. Espero que os que realmente mereçam (conhecimento e prática) consigam. Quem não tem vocação, procure outra carreira. Axiomaticamente simples.
Só passa na OAB quem for bom assim... |
Nenhum comentário:
Postar um comentário